sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Crescimento econômico dos EUA pode cair

04 de outubro de 2013 | Os Estados Unidos entraram hoje (4) em seu quarto dia de paralisação parcial  da administração federal, com cerca de 800 mil servidores públicos em licença e diversos pontos turísticos fechados. A ação ocorre devido ao impasse político no Congresso que atrasa a aprovação do orçamento de 2014. O ‘apagão’ do governo já deve jogar para baixo a taxa de crescimento norte-americano no terceiro trimestre deste ano, segundo José Julio Senna, chefe do Centro de Estudos Monetários do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/IBRE). “Se a projeção estava em 2,5%, deve cair para 1,5%”, pondera.

Cenário que pode ser ainda pior se, no próximo dia 17, o Senado e a Câmara não conseguirem entrar em consenso para aprovar a elevação do teto de endividamento. “É desesperador para os países credores, que sempre tiveram os Estados Unidos como porto-seguro, não receberem os juros da dívida”, ressalta Senna para quem o possível calote pode gerar incertezas no mercado financeiro mundial, principalmente junto ao ainda enfraquecido mercado europeu. De acordo com relatório divulgado pelo Tesouro dos Estados Unidos, tal situação poderia levar o país a uma crise econômica em proporções “iguais ou piores” que as verificadas em 2008, o que, segundo o órgão, seria catastrófico.

Política monetária — Em meio a esse cenário nebuloso, William Dudley, presidente do Federal Reserve (Fed) New York, banco central norte-americano em Nova Iorque, disse em discurso feito hoje na conferência 'Fire Sales' as a Driver of Systemic Risk in Tri-Party Repo and Other Secured Funding Markets, que é preciso mais empenho para reduzir os riscos de financiamento no mercado de curto prazo. Porém, não fez qualquer referência ao atual momento pelo qual passa o país.

As incertezas também podem ter adiado o inicio da retirada de estímulos anunciada pelo banco central americano. “O Fed sinalizou, sim, que começaria uma desaceleração da compra de papéis, mas sem data prevista, e vinculada a uma evolução positiva do crescimento econômico dos Estados Unidos, em especial, em virtude do desempenho dos indicadores de mercado de trabalho. Quem deduziu que seria em setembro foram os agentes de mercado”, destaca Senna.

O economista acrescenta que as votações do orçamento e do limite da dívida, são questões que não deveriam ser tratadas separadamente. “É uma coisa estranha. Quando se define o orçamento e há déficit, esse gap tem que ser coberto com o aumento do teto da dívida pública. Uma decisão leva a outra”, enfatiza.

Fonte: IBRE/FGV

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