quinta-feira, 2 de maio de 2013

BCE reduz juros e quer ajudar empresas menores


BRATISLAVA, 2 Mai (Reuters) - O Banco Central Europeu (BCE) reduziu as taxas de juros pela primeira vez em 10 meses nesta quinta-feira, prometendo fornecer a quantidade de liquidez que os bancos da zona do euro precisarem já no próximo ano e ajudar as empresas menores a terem acesso ao crédito.

O BCE reduziu sua taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para nova mínima recorde de 0,50 por cento, em resposta à inflação bem abaixo da meta e ao aumento do desemprego.

O corte era amplamente esperado, depois que o presidente do BCE, Mario Draghi, afirmou no mês passado que o banco estava pronto para agir --frase que repetiu nesta quinta-feira-- mas poucos economistas esperam que a redução faça diferença.

Tomando conhecimento disso, o BCE informou que irá prover aos bancos a quantidade de liquidez que for necessária até, pelo menos, julho de 2014 e observar maneiras para impulsionar o empréstimo às empresas menores, que são a força vital das economias da Europa, mas que têm enfrentado falta de crédito em muitos países.

"A fraca confiança econômica se ampliou para a primavera (no hemisfério norte) deste ano", disse Draghi em entrevista coletiva. "A nossa postura de política monetária continuará acomodativa por quanto tempo for necessário."

Ele manteve a previsão do BCE de que a recuperação econômica acontecerá no final do ano, mas destacou riscos a essa visão.

O BCE irá "monitorar bem de perto" todas as evidências atuais, disse Draghi, declaração que no passado têm sugerido mais ações de política se aproximando. Ele acrescentou que houve forte consenso para reduzir os juros, indicando que um ou mais membros não concordaram.

O desemprego atingiu máxima recorde em março e a inflação anual desacelerou para 1,2 por cento em abril, pressionando o BCE a honrar seu mandato de garantir estabilidade de preços, que é definida com a inflação próxima, mas abaixo, de 2 por cento.

"O BCE está agindo com cautela, embora eles saibam que o efeito deve ser limitado", disse o analista da Nordea, Anders Svendsen, sobre o corte.

A queda repentina nas pressões dos preços também levantou a possibilidade de o BCE ter que analisar ferramentas de política além das taxas de juros para conter mais desacelerações na inflação.

"Ultimamente, nós achamos que o BCE terá de comprar ativos do setor privado para consertar o mecanismo de transmissão", disse Andrew Bosomworth do PIMCO, o maior fundo de títulos do mundo.

PEQUENA EMPRESA, GRANDE PROBLEMA

O BCE quer melhorar a transmissão de sua política monetária para que as baixas taxas alcancem todas as regiões da zona do euro.

O sul do bloco não está se beneficiando da mesma maneira que o norte com as taxas baixas. Ao emprestarem, os bancos do sul estão cobrando mais das empresas e famílias por empréstimos do que os países do norte, por causa de custos mais altos de financiamento e riscos de crédito.

"Não deve haver temores de falta de financiamento como desculpa para não emprestar", disse Draghi após a reunião de política em Bratislava, uma das duas que o BCE realiza fora de Frankfurt a cada ano.

O BCE expressou repetidas vezes preocupação com o impacto disso nos empréstimos para pequenas e médias empresas, as quais possuem poucas alternativas para o financiamento bancário.

Fonte: Reuters Brasil

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