Além dos fatores internacionais, anúncio do governo federal sobre tarifas e indenizações do setor elétrico derruba Ibovespa.
A informação de que a atividade do setor de serviços da China registrou aceleração após três meses de recuo ficou em segundo plano durante o pregão desta segunda-feira (5/11).
As atenções dos agentes globais se centralizaram nas expectativas em relação a eleição presidencial dos Estados Unidos e declarações do premiê da Grécia, Antonis Samaras.
De acordo com Pedro Galdi, estrategista-chefe da SLW Corretora, as incertezas sobre quem comandará a Casa Branca a partir do próximo ano ditam o comportamento cauteloso dos agentes nesta sessão. "Os levantamentos apertados geram uma atmosfera de insegurança entre os agentes. Por isso, o cenário político está influenciando o desempenho dos índices americanos".
Neste contexto, em Wall Street, o S&P 500 perde 0,28%, o Nasdaq retrai 0,12% e o Dow Jones cai 0,38%.
Além disso, o índice que mede a atividade de serviços do país desacelerou. Ainda assim, se manteve acima da barreira dos 50 pontos, o que indica expansão da atividade.
A reunião entre os líderes das finanças do G20 acabam sendo fator secundário neste pregão, já que não espera-se nenhum novidade contundente sobre os próximos passos que estabeleçam novos rumos à economia global.
No continente europeu, os holofotes se centralizam nas declarações de Samaras, que teria sinalizado que, se as novas medidas de austeridade não forem aprovadas e consequentemente a nova parcela de resgate financeiro não for liberada, o país pode sair definitivamente da Zona do Euro.
"O temor de que a Grécia formalize a saída da região determina o mau humor dos agentes. A preocupação de que outros países com dificuldade, como a Espanha, sejam contagiados preocupou ainda mais os investidores", explica Galdi.
Desta maneira, o FTSE-100, de Londres, recuava 0,42%, o CAC-40, de Paris, retraía 0,98%, e o DAX-30, de Frankfurt, caía 0,51%.
Nem mesmo o indicador que apontou a melhora da confiança do investidor da região foi suficiente para estabelecer o otimismo entre os agentes.
Por aqui, o Ibovespa acompanha o movimento externo, recuando 0,27%, aos 58.225 pontos, com volume negociado em torno de R$ 2,5 bilhões.
Além dos fatores externos, o desempenho das ações das companhias do setor elétrico derruba o principal índice da bolsa brasileira. O comportamento dos papéis reflete as indenizações por concessões que vencem entre 2015 e 2017 e as novas tarifas de energia anunciadas pelo governo federal na noite de quinta-feira (1/11).
No ambiente corporativo, destaque para o balanço trimestral da Dufry, que, no Brasil, viu sua receita líquida ter incremento de 2,7% entre janeiro e setembro deste ano, atingindo US$ 580,8 milhões.
Destaques
Entre as maiores altas do índice, os papéis da Gafisa (GFSA3) subiam 2,70%, para R$ 3,80. Em seguida, as ações da MMX Mineração (MMXM3) avançavam 1,72%, cotadas a R$ 4,14.
Do lado negativo, o papel da Cesp (CESP6) tinha a maior queda, de 11,51%, negociado a R$ 16,14, seguido pelos papéis da Eletrobras (ELET6), que caíam 8,27%, cotados à R$ 15,41.
As demais ações que se posicionam entre os destaques de queda também são do setor elétrico. É o caso do papel ordinário da Eletrobras (ELET3), dos preferenciais da Cteep (TRPL4) e da Eletropaulo (ELPL4), que caíam 6,22%, 5,40% e 3,04%, respectivamente
Câmbio
No mercado de câmbio, o dólar opera com valorização de 0,24% em relação ao real, negociado a R$ 2,034 na compra e R$ 2,036 na venda.
Fonte: Brasil Econômico
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